segunda-feira, 18 de maio de 2009

Raios, porcos e destruição

Estava vendo um programa, agora a pouco, no History Channel. O tema do tal eram os sete sinais do apocalipse. Cara... antes de ter medo de algumas coisas que foram ditas, incrivelmente baseadas em fatos aterrorizantemente plausíveis, pensei, cá com meus botões: por mais que uns ou outros se achem acima do bem, do mal, de Deus, nós somos insignificantemente frágeis. Em uma parte do programa um cientista, que agora não me lembro o nome, mencionou que a qualquer momento uma supernova (explosão e morte de uma estrela) pode liberar raios gama mortais pelo universo. Ele disse que tem uma estrela prestes a explodir (se já não explodiu) a uns 8 mil anos-luz da Terra. Ótimo, pensei eu. Isso é longe pacas. Pobre mortal. Uma supernova aniquila tudo a um raio de 12 mil anos-luz de distância. Mas porque escrevi toda essa baboseira apocalíptica? Bem, vamos lá. É simples: não são necessários raios gama, chuva de meteoros, invasão alienígena ou mega catástrofes para pôr em estado de sítio toda a humanidade. Bastou uma nova gripe surgir. Gripe essa que se alastrou, sim, por diversas partes do mundo. Mas, calma lá. Ainda não deixa de ser uma gripe, uma constipação. E, até onde eu sei, de Nova Iorque às mais intocadas tribos do noroeste da Sibéria, do Rio de Janeiro ao Himalaia, todo mundo já ficou gripado uma vez na vida. Ainda não vi nada de diferente nesta gripe suína que seja motivo para todo esse sensacionalismo. Máscaras em terminais, nas ruas, nos shoppings. O olhar desconfiado (veja só que absurdo) das pessoas quando passa um sujeito trajando a camisa da seleção mexicana de futebol. Aliás, falando em futebol, a ridícula descriminação com os times mexicanos na Libertadores da América. Eu queria ver se no lugar dos mexicanos estivessem times do Amazonas, um dos estados brasileiros em que ainda são registrados casos de febre amarela, doença que já matou e ainda mata mais gente que a tal gripe dos porcos. Não tenho sombra de dúvidas de que nem se levantariam polêmicas a respeito. Simplesmente os times iam, jogavam e ponto. É incrível a demonstração de fraqueza que acontece em casos como o atual. Sim, morreu gente. Mas a maioria era constituída de pessoas de baixíssima renda, residentes de áreas rurais, sem acesso a cuidados médicos. Me desculpem a franqueza, mas essas pessoas correm risco de vida com resfriado. Bem, é isso. Sinto muito, mas, como diz um amigo meu, não considero uma doença que mata menos que a dengue.